sábado, 27 de junho de 2009

Esta coisa de gostar de alguém

"... Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é díficil – dizem – é saber quando gostam de nós. E, quando afirmam isto, bebo logo dois dry martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem ” ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem ” ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem ” ai que não vi a tua chamada não atendida”.
Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.
Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam – vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós." Fernando Alvim

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Diz-me!

Na azáfama que é a cidade que eu escolhi para vir viver, tem dias que não tenho tempo para me lembrar de ti, e tu também não fazes nada para que o contrário aconteca. No entanto, quando a azáfama acalma tu assaltas-me o pensamento como que de sobressalto. Qualquer gesto que faça, por mais simples que seja, me faz relembrar de ti. Sorris meio tímido, nesse teu jeito acanhado que acabou por me conquistar. Gosto tanto quando sorris para mim... E dou por mim a imaginar que talvez tudo fosse perfeito se tu também estivesses na azáfama da cidade que eu escolhi para viver. Deixaria de existir essa coisa que se conta em muitos quilómetros e a que alguns chamam de distância. E tudo se tornaria mais fácil. Como gostava de passear contigo á beira rio, ir colina acima descobrindo lugares encantadores, e nas noites mais agitadas divertirmo-nos num dos bairros mais conhecidos da cidade. Rir contigo, rirmo-nos juntos. Sermos felizes juntos. Porque tenho saudades de te sentir perto de mim, saudades que os teus lábios procurem pelos meus e neles depositem um beijo carregado de saudade, um beijo verdadeiramente apaixonado. Diz-me que tu também sentes saudades, e isso fazerme-á feliz!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Surpresas boas...

Porque é quando as relações chegam ao fim que conseguimos ver com clareza as coisas positivas e negativas de um envolvimento. Por vezes temos agradáveis surpresas e percebemos que o saldo positivo é largamente maior que o saldo negativo, que por vezes é quase nulo. Embora demoremos a perceber, um dia acontece algo e percebemos que a compreensão, a sintonia, a cumplicidade, a dignidade que envolvia duas pessoas foram fortes, e isso acarreta um saldo incrivelmente positivo. Porque os sorrisos foram magnificamente mais que as lágrimas. Porque a maioria dos sonhos foram tornados realidade, sendo por vezes a realidade mais fantástica que os sonhos. Porque cada fotografia guarda a loucura que os unia, cada sorriso pleno de felicidade. Porque por mais que a vida avance e os leve em direcções opostas, no coração de cada um ficará um bocadinho do outro, um bocadinho muito especial.
Porque finalmente se percebe que de facto cada adoro-te pronunciado tinha significado.