sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Noite perfeita...

Bebia uma taça de champanhe, fumava um cigarro e olhava as luzes no horizonte enquanto esperava por ele. Tinha tudo preparado, as velas espalhadas pelo corredor até ao quarto, as pétalas de rosa sob a cama, os morangos, o chantily, a sua melhor lingeri, só faltava ele chegar! Olhava impaciente pela varanda, tentava abstrair-se. Queria tanto estar com ele, já tinha tantas saudades! O cheiro dele, os beijos, o toque no corpo dela que lhe elevava logo a temperatura, as palavras, as expressões, mas ele tardava em chegar. Que vontade de o agarrar e… Tocam á campainha, é ele, de fato, camisa preta e gravata vermelha, meu deus que homem!! Abre-lhe a porta, beijam-se perdidamente, oferece-lhe um ramo de rosas amarelas (as preferidas) com um cartao “Porque te tornas-te especial. Tenho suadades tuas…” agarra-a ao colo e leva-a para o quarto, deita-a sob a cama nas pétalas de rosas… Peça a peça vai caindo pelo chão, mostrando o desejo crescente, os corpos entralaçados, a pele escaldante, a vontade que tem um do outro. O desejo sem medida! E ali á luz das velas, rodeados de rosas amam-se vezes sem conta, até á exaustao. E adormecem abraçados um no outro…

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Caminha na rua. Observa a tipica calçada portuguesa. Passo lento. Não tem pressa. Nada a espera. Poderia sentar-se ali, no meio da calçada, que ninguem iria reparar nela. Podia ficar ali dias, talvez semanas e meses que ninguem daria pela sua falta. Tinha-se tornado um ser invisivel aos outros. Vagueava pelo mundo. O mundo dela. O mundo interior. Aquele que era só dela, a quem nunca permitiu entrada.

domingo, 3 de agosto de 2008

Tudo será diferente!!

Vê o seu reflexo na água. Não se reconhece a si própria. Não pode ser ela. Não! Senta-se no chão, deixando que a água lhe banhe os pés. E fica, assim, imóvel, durante horas, talvez dias, talvez anos, talvez apenas alguns meros segundos. Já perdeu a noção do tempo. Já perdeu a noção do espaço. E sobretudo já perdeu a noção de quem é aquela mulher sentada no chão á beira da água. Já não a reconhece. Já não se reconhece.
E não vale a pena olhar para trás. Pois vai encontrar aí a razão deste novo ser. O motivo. Vai se debater com a perda, a revolta, o ódio, e o pior deles todos, a vingança. A verdadeira culpada.
Tantas criticas disse, que agora se podem aplicar a ela própria. Criticou, mas tornou-se num ser igual ao criticado. E agora é demasiado tarde para voltar atrás. Agora é demasiado tarde para mudar o passado. Mas pode escolher o futuro, mas sabe que está cansada, sem forças, não vai conseguir.
Deita as costas na terra húmida, como que em sinal de derrota, olha o céu. Fecha os olhos. E passa-lhe tudo na memória. Lembra-se do princípio. Do meio. E do fim, principalmente do fim! E nem uma lágrima.